Tuesday, 22 February 2011

HPM | 31051 | As estruturas de apreensão da Idade Média em Portugal [2/3]

2. As bases de sustentação da cronologia

Competência específica

Os estudantes devem adquirir/desenvolver a capacidade de:
- fundamentar os cortes cronológicos estabelecidos na Idade Média portuguesa pelos historiadores, atendendo aos seus referentes políticos, económicos, institucionais, etc.

Recurso de aprendizagem específico
Textos A e B (recurso 2).

Chaves de apreensão deste tópico
Todas as segmentações historiográficas correspondem a cortes cronológicos e temáticos fictícios, dependendo em muito de compromissos, acordos tácitos e, mesmo, “modas” seguidas pela comunidade dos historiadores. Em qualquer pesquisa, uma das primeiras e mais determinantes formas de intervenção do historiador no seu objecto de estudo é, precisamente, a opção pela cronologia. Supostamente os períodos em análise devem ter coerência que, naturalmente, assenta em referentes.

Voltemos ao programa desta unidade curricular. Secundando o livro-base (e, acrescente-se, a generalidade dos cortes cronológicos historiográficos da actualidade), as duas partes em que o plano da uc se divide são presididas por espaços temporais delimitados por datas precisas: (I) 1096-1325 e (II) 1325-1480.
Trata-se de marcos cronológicos que não representam uma mudança global na sociedade mas que apelam a referentes muito precisos no campo político.

Assim, 1096 é a data da concessão do Condado Portucalense e 1325 a data da morte de D. Dinis. 1480 corresponde, como se sabe, à data da morte de D. Afonso V. Se as datas do primeiro período são pacificamente aceites, já o terminus da última é objecto de alguma controvérsia. Muitos medievalistas apropriam os finais do século XV e os anos iniciais do séc. XVI para a Idade Média. Esta apropriação nada tem de abusivo se atendermos aos referentes que a sustentam. De facto, a muitos níveis da realidade passada, essas estruturas “medievais” mantêm-se, algumas durante todo o Antigo Regime.

Como matéria de reflexão apresentam-se, no recurso 2, dois pequenos extractos de textos em que os medievalistas explicam a cronologia em que confinam a sua sistematização da história de Portugal. 

[extraído do Recurso 2]