Data de entrega: | Terça, 5 Abril 2011, 23:55 |
Leia com atenção o texto disponibilizado no recurso Texto para comentar no e-folio A, retirado do capítulo “A Homenagem Vassálica”, do livro II - “A Vassalidade e o Feudo” do livro de Marc BLOCH, A Sociedade Feudal,2ª ed. Lisboa, Edições 70, 1987, pp. 169 - 186.
De seguida, leia o enunciado da questão que lhe éproposta como tema para este e-folio, leia as recomendações para a sua realização e passe à sua concretização. Atente na formulação de objectivos que lhe é fornecida, às competências que se pretendem desenvolver e aos critérios de correcção indicados.
Não ultrapasse o espaço que lhe é concedido.
Enunciado do Trabalho:
Tomando como base a leitura do capítulo indicado, elabore uma composição subordinada ao tema:
“Serão as origens da vassalagem guerreira em tempos carolíngios responsáveis pela fragmentação do poder na fase pós carolíngia?”
Objectivos:
· Identificar, caracterizar e descrever as origens das relações de vassalagem no “Estado Carolíngio”;
· Discutir a eficiência dessa prática como forma de coesão e estabilidade social
· Explicar o contributo desse tipo de relações para a fragmentação política consequente
· Emitir juízo crítico sobre a questão
Competências avaliadas:
- Capacidade de elaborar uma composição livre, coerente e coesa, sobre um tema, tendo como base um excerto de uma obra de referência;
- Capacidade de discutir e emitir um juízo crítico sobre uma determinada questão
- Capacidade de relacionamento dos conhecimentos adquiridos no estudo dos tópicos do programa com textos fundamentais sobre o assunto.
Cotação:
- 4 valores
Critérios de correcção:
- ¼ da cotação (1 valor) será reservado para a propriedade vocabular e clareza da expressão escrita, capacidade de síntese e estruturação sistemática do raciocínio.
- Na resposta propriamente dita, ¼ (1 valor) da cotação será reservado à capacidade de utilização dos elementos do texto transcrito como base de relacionação com a realidade exposta.
- A restante cotação (2 valores) será reservada para os conhecimentos demonstrados.
Extensão:
A sua composição não deve exceder o limite máximo de 2/3 páginas (texto em letra Times New Roman, corpo 12, a espaço e meio.
ATENÇÃO.
A utilização, em transcrição literal ou utilização plagiarizante de materiais patentes na web, no texto-base da UC ou nas pistas de resposta das actividades sobre este tema não será cotada. Elabore o seu raciocínio com base no seu estudo pessoal e quando recorrer às fontes ou bibliografia aconselhada não se esqueça de as referir.
ALGUNS CONSELHOS PARA PREPARAÇÃO DO TEXTO A APRESENTAR:
Alguns estarão já familiarizados com este texto, de anteriores comentários. Para aqueles que nunca tiveram este tipo de exercício, estas linhas poderão ser úteis. Apesar de, neste caso, não estarmos perante um comentário de texto “puro”, mas sim um ensaio (um pequeno texto crítico sobre um tema) com base num texto dado, os conselhos abaixo expressos servirão tanto este presente exercício, como futuros comentários de fontes que possam aparecer.
Algumas directrizes sobre comentários de texto:
- Ler o texto
Em primeiro lugar, é fundamental fazer o óbvio: uma leitura atenta do excerto disponibilizado, quer se trate de fontes primárias ou bibliografia secundária.
Este exercício deve ser feito com muita atenção e cuidado, uma vez que, para fazer um bom comentário crítico, é necessário entender de que trata o texto, em que contexto histórico se inscreve e quais as condições de produção.
Saber de que trata o texto permite-nos orientar o nosso comentário e encaminhar o estudo e pesquisa que sobre esse assunto iremos fazer, antes mesmo de começar a pensar como elaborar o nosso comentário.
É muito importante definir, logo de início que tipo de texto é. No caso vertente, trata-se de um excerto de um livro “clássico” sobre o feudalismo, escrito na primeira metade do século XX, por um autor que sucumbiu à II Guerra Mundial, mas que foi fundamental na definição e alteração do panorama histórico do medievalismo e seus paradigmas. Se algumas das suas ideias foram, mais tarde revistas no sentido de as repensar relativizando afirmações mais globalizantes, o vigor da sua escrita e a originalidade da sua visão mantém-se tão estimulante hoje em dia como quando foi escrito.
Mas podíamos estar perante um artigo escrito no século XIX, ou fontes narrativas elaboradas em época muito próxima dos acontecimentos versados, perante uma crónica elaborada nos séculos XIV, XV, XVI, XVII, ou XVIII, perante um documento régio, uma compra-venda, um cânone conciliar, uma bula pontifícia ou outro tipo de documento qualquer. Diferentes tipos de documentos e textos servem diferentes objectivos e propósitos, sendo, por isso, fundamental entender para que serviu, ou em que tipo de ambiente intelectual surgiu esse documento, antes mesmo de começar a pensar criticamente sobre ele.
O segundo passo, que segue de perto o primeiro, é procurar situar o texto no seu contexto histórico, o e condições de produção.
O estudante deve tentar compreender e situar o documento. Pode mesmo procurar informar-se sobre algum elemento que lhe falte e, até, tendo em vista que estamos numa situação que não é de exame, se esses elementos não lhe forem previamente fornecidos, procurar informar-se sobre o autor da obra em causa e sobre os antecedentes e razões pelas quais pareceu útil e necessário escrever esse texto. Neste caso específico, não me parece fundamental saber muito sobre o autor, Bloch (sobretudo porque só temos 3 pp. para escrever…), mas noutros poderá ser fundamental. Imagino que no trabalho do e-folio B será importante perceber quem é a fonte, o autor ou potenciais autores dos textos…
Passamos, depois, à terceira fase, que já se relaciona directamente com o comentário que teremos de elaborar, e que é a de começarmos a indagar o porquê de nos ter sido dado este documento para comentar, ou seja, como serve este documento ou texto para iluminar ou esclarecer ou questionar determinada conjuntura ou questão ou momento específico que nos seja pedido para caracterizar/ analisar (de uma forma básica… o que querem os docentes com isto?).. Para isso, terá de se estudar o tópico em análise e de se procurar entender e conhecer o assunto sobre o qual o texto/documento versa.
2. Pesquisar
Depois de entender de que trata o documento ou texto para comentar, o estudante deve procurar documentar-se sobre o período.
Neste caso, encontrará no Livro-Base (e, querendo, em partes da bibliografia digitalizada em “Recursos” – sobretudo nos capítulos da História da Ariel) os materiais suficientes para a elaboração do seu comentário. Deve estudá-los e depois começar a ponderar como os organizar com vista ao produto final, neste caso, o pequeno texto que terá por base o excerto transcrito.
A pesquisa/estudo tem várias fases e pode ser necessário consultar alguma enciclopédia ou obra de referência (online ou em biblioteca) para esclarecer algum aspecto que lhe pareça menos claro. Também pode recorrer ao auxílio dos docentes da unidade curricular, no fórum de dúvidas do e-folio A, disponível desde dia 15 de Março a 5 de Abril. .
3. Elaboração do texto do comentário:
Em primeiro lugar, pensar no que se quer dizer e em como se quer dizer. Nunca esquecer que o que interessa mesmo é responder ao que está enunciado na questão, com base na informação presente no texto base. Se se pedisse um comentário a outro tipo de texto, deveria ser o texto o centro do discurso, neste caso, coloca-se um problema para o qual este texto deve servir de base, de ilustração, e, portanto, o texto e alusões a ele devem ser uma preocupação na mente do estudante, quase tanto como responder às questão formulada.
Tal como face a uma pergunta de exame, é importante não fugir ao tema.
Para a preparação do texto, e depois de feitas as pesquisas e estudo necessários (ou enquanto as leva a cabo, se conseguir acumular essas duas tarefas), o estudante deve:
3.1. -“Preparar” os excertos
- da fonte ou, neste caso, do texto do Marc Bloch, que pense que poderão vir a ser úteis para ilustrar o que se quer dizer e que pense que poderá vir a citar (não esquecer que as citações não devem ser demasiado longas – nunca mais de uma linha, nestes casos - e que devem ser colocadas em itálico e entre aspas, para o leitor entender que o autor está a fazer uma citação).
- dos textos consultados que serviram de base ao nosso raciocínio. Se estamos a utilizar uma ideia expressa no texto do Livro-base, convém que citemos de quem tirámos a ideia ou a quem recorremos como fonte de autoridade para o que estamos a afirmar. Neste caso, bastará uma breve referência, em corpo de texto, com o nome do autor ou do livro, ano e página, do tipo “(LIVRO-BASE, 1999, p. 88, por exemplo) para que o leitor possa imediatamente seguir o trilho do raciocínio do autor e aprofundar essas pistas se desejar.
3.2. - Organizar o discurso de acordo com um esquema prévio costuma ser uma boa estratégia. A escrita será muito mais fácil depois de se encontrar um “fio condutor” para a mesma e um “tom” para o comentário.
O estudante deve tentar ver como esta fase resulta melhor para si próprio, sendo que cada pessoa tem métodos que revertem melhor para si próprio. Há quem prefira pensar num esquema e depois passá-lo a papel, há quem se sinta mais confortável registando as suas ideias num papel e só depois passando à sua organização em forma de plano de exposição. Há mesmo quem vá tomar um café ou passear para se concentrar em como organizar o discurso e depois consiga pôr tudo num texto muito certinho e muito bom. Mas preparar o trabalho de forma meticulosa e rigorosa costuma ser a forma mais eficiente e segura de garantir que o texto escrito está organizado, que se desenvolve de forma lógica e que serve os objectivos desejados.
3.3. - Escrever o texto. Não há receitas, cada um deve escrever da forma que entender e na altura em que se sentir mais confortável e preparado para o fazer.
O único conselho a dar pode ser no que respeita a verificar se os pressupostos de base de um texto bem ordenado e coerente foram observados.
Quanto ao conteúdo, não se esqueça que estamos no mundo dos comentários críticos e que lhe foi pedida uma opinião.
3.4. - Depois de escrito, face ao texto acabado, há algumas perguntas que o estudante se deve colocar e que costumam ajudar imenso na autoavaliação e autocrítica do trabalho realizado.
São elas:
Sobre o tema, o texto e o comentário:
- concentrei-me no tema que me foi proposto?
- as ideias que quero expor estão bem organizadas e justificadas?
- faço, realmente, um comentário ao documento que me foi apresentado ou limito-me a dissertar sobre o tema sem recorrer ao texto que me foi pedido para comentar?
-demonstro que sei a matéria?
Sobre a forma:
-a minha composição tem princípio, meio e fim, ou seja, introdução, exposição e conclusão?
- o meu raciocínio e argumentação são claros e desenvolvidos coerentemente? (por vezes, ler o texto alto ou lê-lo a uma outra pessoa ajuda a entender faltas de lógica ou saltos indesejáveis).
- justifico bem as minhas afirmações? Os exemplos são apropriados?
- não há afirmações gratuitas, generalizantes, supérfluas ou redundantes, que não se relacionem com o que se pretende?
- não recorro a afirmações de carácter moralista ou pessoal na minha apreciação do tema? (tipo: “os homens desta época eram muito grosseiros, violentos e ignorantes” ou “os cristãos eram uns gananciosos”, “ os reis só queriam explorar o povo” ou ainda “ir para a guerra era, como ainda hoje é, uma experiência traumática e absolutamente errada”)?
Por fim, uma revisão final, que permita detectar gralhas e erros (fazer a revisão no corrector de texto do computador costuma ser muito eficiente), limar arestas e corrigir algo que pareça menos bem.
Depois, basta enviar o trabalho!!!.
Bom trabalho!
Data de entrega: | Terça, 5 Abril 2011, 23:55 |